quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Capítulo 8 - O Primeiro Beijo


Luiz e Ana, caminhavam, lado a lado, conversando e rindo, por bastante tempo, até que iam passando por uma lancheria, conhecida como, o "Amarelo".
- Tá com sede? - Perguntou Luiz a Ana.
- Tô,sim, um pouco. - Respondeu Ana meio sem graça.
Eles foram até o balcão, Luiz pediu um refrigerante para os dois, mas Ana não pôde resistir ao ver, no balcão, um "doritos", seu salgadinho favorito, pediu um ao vendedor, e dono da lancheria.
- Pode deixar que eu pago! - disse Luiz tentando ser cavalheiro.
- A não Luiz! Tu já ta pagando o refri, eu pago o salgadinho!
- Mas Ana, é teu aniversário, e eu não acho legal deixar tu pagar as coisas. Eu pago!
Nesse instante, o vendedor os interrompeu, dizendo:
- Peraí! É aniversário dela?
Os dois responderam positivamente.
- Já que é aniversário da moça, o salgadinho fica por conta da casa!
E enquanto entregava o salgadinho, "Amarelo", com era conhecido, completou:
- E feliz aniversário!
Ana agradeceu bastante sem graça, então ela e o Luiz, sentaram-se por ali mesmo. Enquanto comiam doritos e bebiam guaraná, continuaram conversando:
- Então quer dizer que tu nunca namorou, né Luiz?
- É sim, nunca tive essa oportunidade.
- Não consigo entender o porquê. Tu é legal, divertido, bonito...
- Tá, obrigado pelos elogios, "mas se é pra mentí parêmo", tipo, bonito? Eu?
- É sim! Eu acho!
- Obrigado então, embora tu precise de óculos...
- Aih, que horror! Deve ser esse o teu problema! Tu te menospreza demais!
- Talvez.
- Bem, mas... tu queria namorar?
- Até gostaria, o problema é que ninguém quer namorar comigo..
- E, tipo... Tu namoraria comigo?
- Claro né! Que guri, em são consciência, não iria querer namorar contigo?
Luiz respondeu isso, sem entender a indireta, bem direta, que Ana havia acabado de mandar.
- Não é isso que eu quero dizer...
Neste instante, alguns amigos de Luiz, seus ex-colegas do Poly, chegaram ali.
- E aí Luiz? Quanto tempo!
- É, desde o aniver da Andy!
- E que é essa?
- Ah, é! Essa aqui é a Ana Júlia. Uma amiga que ta de passeio aqui...
Sem saber, Luiz fez exatamente o que não devia. falou para os amigos que Ana era "só" uma amiga. Ela acabou ficando tão magoada com isso que, repentinamente, levantou-se e saiu andando, de volta para a casa de sua avó.
Luiz não entendeu nada, e depois de alguns instantes, tudo o que conseguiu fazer foi, levantar-se e sair correndo atrás de Ana.
- Ana! Ana! Anaaa! Ana Júlia!!
Luiz corria gritando o nome dela, mas Ana não parava.
Finalmente, ele a alcançou, puxou-a pelo braço e perguntou:
- O que foi? Por que tu saiu daquele jeito?
- Tu não entende nada mesmo né Luiz? - Ana falava prestes a chorar.
Luiz podia ver as lágrimas, querendo escorrer dos olhos dela, seus olhos castanhos brilhavam como nunca. Ele continuava sem entender o motivo daquilo tudo. O que ele podia ter feito para ela ficar assim? Como ele poderia ter magoado tanto a Ana?
De repente, ela continuou:
- Eu gosto de ti Luiz...
- Eu também Ana, te adoro e ...
- Não é isso! Não é como amigo, eu goto mesmo de ti!
Luiz estava pasmo, e cada vez entendia menos. Será que ela estava mesmo dizendo que estava "afim" dele? Será que ele estava entendendo tudo errado? Luiz estava cada vez mais confuso.
- Luiz, eu gosto de ti como guri, eu gosto de ti como...
- Como?
- Namorado!
Nesse instante, as lágrimas que Ana tentava segurar, escorreram pelo seu rosto.
Luiz ficou ainda mais confuso. Não sabia o que fazer, só sabia que não queria mais ver ela chorar.
- Ana, é...eu...
- Olha Luiz, eu já tô afim de ti a algum tempo. Já mandei um monte de indiretas, esperando que tu entendesse e pedisse, pelo menos, pra ficar comigo. Mas tu não tá entendendo nada!
- Ana, desculpa! Eu fui, não, eu tô sendo um baita idiota! Como eu não entendi? Mas e agora? Eu não sei o que fazer, aliás, acho que sei, mas tenho medo de estar errado.
Nesse momento Luiz lembrou do que uma grande amiga sua dizia: " Eu prefiro me arrepender de ter feito alguma coisa , do que de não ter feito. " E assim, com a ajuda da Paolla, Luiz decidiu o que fazer.
- Ana Júlia. Seria possível tu ignorar todas as burradas que eu fiz, e aceitar namorar comigo?
Ana, que estava aos prantos, não conseguiu responder, aliás, nem precisou, suas atitudes falaram por ela.
Ao ouvir o pedido de Luiz, Ana deu-lhe um abraço, mas não foi qualquer abraço, não um abraço como o de antes. Foi um abraço, cheio de carinho, amor, alegria. Mais uma vez, Luiz pôde sentir a macies e o calor da pele clara de Ana. Sentiu também o perfume dela, um perfume que ele não esqueceria tão cedo. Porém dessa vez, Luiz pôde sentir o rosto dela umedecido por causa das lágrimas derramadas. Logo, ele sentiu o rosto de Ana se afastando do seu, e depois, se reaproximando. A cada instante, a boca de Ana ficava mais próxima da dele, Luiz sentia o seu coração bater mais forte e rápido. Sua respiração ofegava, lhe faltava o ar. Luiz não sabia o que fazer, nunca havia sentido aquilo tudo antes. De repente, os lábios de Ana tocaram os dele, seu coração disparou de vez, e quase instintivamente, Luiz retribuiu-lhe o beijo. Sem saber o que fazer, porém mesmo assim, ele sabia exatamente o que fazer. Ele só sabia que aquilo era muito bom.
Depois de um longo, quente e molhado beijo, Luiz sabia que ainda havia algo muito importante a ser feito.
- Vem! - Falou enquanto puxava Ana pelo braço e a levava de volta ao Amarelo. Lá, Luiz procurou seus amigos, e quando os encontrou, disse-lhes:
- E aí! é... foi um engano, deixa eu recomeçar. Essa aqui é a Ana Júlia, minha namorada!
Ana deu-lhe mais um beijo apaixonado, e os dois saíram dalí. Lado a lado, conversando e rindo, mas de mãos dadas, não mais como amigos, e sim, como namorados.

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