quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Capítulo 9 - A Festa 2: O Começo


Luiz e Ana, passaram o resto daquela tarde na mais absoluta felicidade, porém o dia já ia chagando ao fim, Ana deveria voltar para casa da avó, e no dia seguinte, ela iria voltar para Carlos Barbosa.
Luiz deixou Ana na porta da casa de dona Augusta, após darem uma olhada em volta, e confirmarem que estavam sozinhos, deram um longo e apaixonado, último beijo.
Ana entrou em casa e encontrou seus pais e sua avó na cozinha, eles já iam começar a jantar. Com uma cara de desaprovamento, seu pai lhe falou:
- Muito bonito não é senhorita Ana Júlia?
- Ixii, ele viu o beijo - foi o que pensou Ana, mas seu pai prosseguiu.
- Você viajou de Carlos Barbosa até aqui, e nem se quer passou o dia do seu aniversário com a sua avó! Isto não está certo mocinha, se você veio aqui para vê-la, deveria ter ficado aqui com ela, e não perambulando por aí!
- Táh, desculpa, é que a gente nem viu o tempo passar...
- A gente quem Ana? - Perguntou Amanda, mãe dela.
- Eu e o Luiz, o meu... amigo, que mora aqui perto.
- Hum, sei...
- Agora já chaga, vamos parar de discussão e jantar! - Resolveu a dona Augusta, uma senhora muito sábia.
Após a janta, Ana foi para o quarto, e deixou seus pais e sua avó conversando.
- Não está certo mãe! A gente veio aqui pra ficar com a senhora nesse dia especial, e ela some assim!
- Calma Armando, ela é adolescente, é comum nessa idade, não querer ficar com a família. Você mesmo, tinha vergonha de seu pai.
- Mas o papai era cheio de manias, é diferente!
- Esquece isso meu filho! Ao menos nos almoçamos e jantamos juntos! Há muito tempo não fazíamos isso.
- É mesmo mãe, eu me descuidei e deixei que o tempo passasse sem aparecer mais.
Mas ainda acho que a Ana deveria ter passado o dia conosco!
Durante essa discussão, que foi bem longe, por sinal, eles acabaram tendo uma brilhante ideia, ideia essa que Ana descobriria na manhã seguinte.
- Bom dia vó!
- Bom dia Ana! Dormiu bem?
- Muitoo! Oi pai!
- Ana, a gente tem que conversar.
- Mas já pai?
- Já! Temos uma novidade pra você!
- E o que seria?
- Tu vai ter uma festa de aniversário!
- A não! Sério? Eu preciso disso mesmo? - Ficou óbvio como Ana não gostou nem um pouco da novidade. Há anos ela não fazia festinha de aniversário, e gostava assim, era só uma pizza com as amigas, e deu.
- Isso mesmo mocinha! Foi muito feio você passar o dia do seu aniversário com um desconhecido, ao invés da família, e então eu, sua mãe e sua avó decidimos que semana que vêm,nós vamos voltar aqui, e vamos ter uma festa de aniversário. Todos os nossos parentes daqui vão vim.
- Todos? E quem são todos? A vó e mais quem?
- Você tem vários tios aqui em Novo Hamburgo, mas acho que você não deve lembrar deles.
- Eu tenho certeza!
- Está decidido! Semana que vem, festa em família, aqui, e nada de sair por aí!
- Então eu posso convidar o Luiz pra vim?
- Nem pensar Ana! O que um desconhecido vai fazer aqui?
- Primeiro, ele não é desconhecido, eu conheço muito bem ele. Segundo, se ele vim, eu apresento ele pra vocês, e ele deixa de ser desconhecido.
- Vai Armando, deixa! Não vai fazer mal nenhum! - Ajudou Amanda.
- Tudo bem, ele pode vir! Mas você não sai!
- Tudo bem!
Ana correu para o telefone, ligou para Luiz e o convidou para a festa.
- Não sei não, Ana. Pelo que tu me disse, é uma festa em família, e o que eu vô fazer aí?
- Deixa de ser bobo Luiz! Eu preciso da tua companhia, e depois, tu tá quase entrando pra família!
- Ah é! E teus pais sabem disso?
- Eu vou contar pra eles na festa!
- O quê? E tu que que eu esteja aí? Tu é loca??
- Tá com medo é??
- Não! É brincadeirinha!
Esta conversa foi bem longe, e logo após ela, Luiz já começou a se preparar para a festa. A festa na qual ele iria oficializar o namoro com Ana. Mal podia esperar para chegar o momento.
Aquela foi uma das semanas mais longas de sua vida, mas enfim, o grande dia chegou.
Naquele domingo, Luiz acordou cedo. Bem, para um domingo foi cedo. Depois de enrolar um pouco, enquanto esperava o tempo passar, ele tomou o seu banho, e se vestiu. Com uma calça jeans, semi-lisa, uma camisa social entreaberta e sem mangas, que ele havia cortado. Luiz também colocou suas pulseiras da RBD, e um colar, com o seu nome, na qual atrás ele havia escrito "Ana Júlia". Ele procurava mostrar qual era o seu estilo. Um tanto largado, mas sério, social. Quando enfim chegou a hora, ele calçou seus tênis, pegou sua carteira e suas chaves despediu-se de sua mãe dizendo:
- Tchau, tô indo no niver da minha namorada! - Sem dar a menor chance para que ela pudesse fazer qualquer pegunta.
Luiz andou algumas quadras, até chegar a casa de dona Augusta. A casa estava cheia, como ele nunca havia visto, e olha que el já havia passado por ali diversas vezes. Haviam muitas pessoas, pessoas estas que Luiz desconhecia completamente, mas no meio de todo esse desconhecido, Luiz reconheceu algo. Luiz viu, ali parado, pouco mais adiante um carro, na verdade um meriva, prateado, a qual Luiz reconheceu a placa, e sabia mui9to bem de quem era.
Ele entrou pelo portão, cumprimentou todos por quem passava e com m nervosismo quase incontrolável, foi em direção a porta. Assim que entrou, sentiu todos os olhares se voltarem para si, mas depois de alguns instantes, notou que aquilo havia sido apenas uma impressão.
Logo ele ouviu alguém mencionar seu nome, mas aquela não era a voz de Ana, não era um voz feminina. Ele virou-se para procurar o dono da voz e viu um homem vindo em sua direção.
- Olá! Você é o Luiz né?
- Ah sim, sou eu!
- Meu nome é Armando, eu sou o pai da Ana! Ela falou muito de você!
- É, do senhor também! Mas cadê ela?
- Tá lá na cozinha, com a mãe e a prima, mas senta eu aviso ela que tu ta aqui.
- Obrigado!
Luiz sentou-se num lugar no sofá, e pal primeira vez, tentou se enturmar. Conseguiu, logo estava conversando com os parentes de Ana.
Pouco tempo depois, ele viu Ana vindo em sua direção. Ela estava ainda mais linda do que de costume. Com uma lé guie preta, e uma blusinha de alsinhas branca, com uns babados perto do final. Usava também uma pulseira dourada e o colar com seu nome que Luiz havia lhe dado na semana anterior. Sua maquiagem era leve, apenas um batom cor-de-rosa com brilho e um blush meio rosado.
Luiz levantou-se e deu-lhe um abraço, tomando cuidado para ser discreto, enquanto perguntava-lhe ao seu ouvido:-
- Tu já falou com teus pais?
- Ainda não, tava te esperando.
- Eba! Uhu! - Luiz falou com um tom irônico.
Logo que se afastou de Ana, viu quem vinha vindo atrás. A pessoa de que era aquele carro parado na porta, a pessoa que Luiz esperava não ver novamente tão cedo.
- Oi Luiz!
- Oi... Andiara! - Luiz falou meio sem ânimo. Ele realmente não esperava vê-la ali, e esperava não vê-la nos próximos três anos, pelo menos.
- Vocês se conhecem? - Perguntou-lhe, Ana.
- Sim, a gente é amigo - Respondeu Andira.
- A gente "era" amigo! - disse Luiz - Licença! - Luiz falou, e saiu pela porta indo até o portão e parando lá, para pensar, para refletir.
Ana não entendeu nada, o que poderia ter havido para Luiz, de repente ficar frio assim? Ela olhou para Andiara com um olhar interrogativo. Andiara entendeu e começou a explicar:
- É o seguinte: Eu e o Luiz éramos colegas, a gente era muito amigo, mas de repente, ele me disse que gostava de mim, que queria ficar comigo, mas eu disse pra ele que só gostava dele como amigo, e deu pra gente ficar de bem assim, até pouco tempo atrás, quando ele me enviou um e-mail dizendo que não poderia mais ser meu amigo e que queria me esquecer, pediu também pra mim esquecer ele. Mas eu não sei o que eu posso ter feito pra ele ficar desse jeito comigo, a gente era muito amigo.
Olha, ele é carinhoso, companheiro, leal, nunca me deu motivo nenhum pra ficar de mal com ele, mas agora eu não entendi porque ele tá assim.
- Eu vou falar com ele, daí eu vejo se descubro porque ele tá assim, tá?
- Tá bom, acho melhor eu ficar aqui.
- É!
Ana então foi até o portão falar com Luiz que lhe explicou, com lágrimas nos olhos, que não tinha nada contra Andiara, só não podia fingir que nunca sentiu nada por ela.
- E tu ainda gosta dela?
- Não sei Ana. Tipo, eu gosto de ti, mas não consigo esquecer o que senti por ela. Mas de uma coisa tu pode ter certeza: é com tigo que eu estou, e é com tigo que eu quero ficar.
Depois destas palavras, Luiz deu mais um abraço, e também um beijo apaixonado em Ana. Ele não estava nem aí, para os pais dela, se eles vissem, o que diriam, pra ele só o que importava era estar ali, com ela.

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